terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

ESCOLA



A Paula ligou-me há bocado, desfeita, porque acha que o filho vai chumbar outra vez. E não é só por chumbar é pela idade que tem e pela dinâmica que implementaram a um miúdo com necessidades educativas especiais. Sou professora de educação especial e sei que os pais com crianças e jovens com problemáticas várias sentem-se (na maioria) desacompanhados, sozinhos, sem saber, muitas vezes como lidar com os filhos. No caso da Paula, tem realmente sido a falta de envolvimento da escola e muitas vezes as incompatibilidades de carater, de atitude que causam entraves e que se refletem neste jovem.  Os pais não têm de saber tudo de educação especial mas têm que ser elucidados até desaparecerem eventuais dúvidas (no caso de terem um filho com essas necessidades) . Contava-me a Paula: " e a seguir? o que é que ele vai ser? bombeiro? ..." Uma pena a escola não estar a conseguir dar respostas. Também sei que muitas vezes as respostas que nós damos não é a que os pais querem ouvir apesar de haver limites.
Saindo da educação especial e falando do ensino regular, a Sofia deu-me o seu testemunho como mãe : " A experiência que tenho é que a Escola não perde uma oportunidade de “sacudir a água do capote”. O aluno porta-se mal na sala de aula? Chama-se o encarregado de educação para que falem com o educando e resolvam; O aluno tem um conflito com um colega? Chama-se o encarregado de Educação e juntamente com o aluno incentiva-se à participação do sucedido por escrito; O aluno baixa o rendimento escolar? Chama-se encarregado de Educação, pergunta-se se há alguma alteração em caso que justifique o acontecimento....mudança de casa? falecimento de avós? nascimento de irmãos?…
Não quero excluir os pais do processo educativo mas acho um abuso de princípios. As crianças e jovens passam muito tempo na Escola, é lá que é suposto serem resolvidos as questões. Ora vejamos: como pode um pai gerir questões às quais não tem acesso ou influência? Como pode um Encarregado de Educação gerir conflitos se não está presente? Gerir "o" baixar de notas se não está na sala de aula e  o mesmo se aplica ao comportamento? Cada vez menos se ouvem  os alunos: o que diz o professor é lei e os pais servem somente para o que à escola dá jeito".
 
Vamos lá escrever o que vos vai na alma.
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OBRIGADA!

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