quinta-feira, 30 de março de 2017

DIVÓRCIO


A seguir a uma doença, o divórcio deve ser das situações mais duras de gerir. Muitas vezes o efeito não é momentâneo mas a longo prazo.
Eriço-me toda quando ouço: "Ah e tal, eles divorciaram-se mas a Maria nem percebe pois é tão pequenina". MENTIRA!! A Maria não consciencializa nem mostra, mas a Maria sente, e muito,  quer tenho 1 ano ou 15 anos.
O divórcio é traumático para o casal e para os filhos, ponto final.
Sejam quais forem as circunstancias é uma chatice.
Se os pais estiverem em litigio torna-se desgastante para eles (casal) e terrível para os descendentes.
Uma criança torna-se num adulto minimamente equilibrado se tiver uma infância com bons modelos. Acredito que os replicará quando for mais velho. 
O que estou a escrever não é em defesa de que as pessoas devem ficar juntas por causa dos filhos. Não! Acho que temos e devemos ser felizes. Se o nosso casamento não funciona, não devemos estar nele. Uma criança não cresce feliz num ambiente triste e conflituoso.
Se a solução é o divórcio, os filhos devem ser muito bem acompanhados.
Normalmente os pais têm aquela necessidade de "compensar" e poucos se lembram que a receita para os filhos serem felizes, neste turbilhão de emoções e de mudanças  é que os façam sentirem-se amados e serem claros,  afirmando sempre, que não deixarão de gostar deles (filhos).
Não é difícil só que, muitas vezes, deixamo-nos levar pela raiva e despeito em relação ao nosso par e estragamos a relação com os nossos filhos.
 

quinta-feira, 23 de março de 2017

CARDS AGAINST THE HUMANITY


A semana passada a Paula convidou-nos para jantar. A meio caminho, o meu marido, perguntou-me quem ia ao jantar. Disse-lhe que não sabia... a verdade é que adoro surpresas.
A Paula mora no coração de Lisboa num rés-do-chão de uma rua onde é impossível estacionar mas a casa é fantástica. Além de grande, tem um pátio muito agradável. Estava frio e não jantamos na rua. Juntámo-nos na cozinha a beber um bom tinto, a comer queijo com chutney de manga, uvas e folhadinhos com mel. À medida que os amigos iam aparecendo a Paula ia-nos apresentando: o Pedro, o António, a Mónica, a Ana, o Rui, a Márcia...
A Márcia é uma amiga da Paula de longa data. Brasileira do Rio,  simpática e divertida ela fez o jantar. Fez o jantar e contou as peripécias da cozinha, de como a Paula ia por trás arrumar o que ela ia sujando: - Gente, ninguém aguenta fazer um jantarinho com tudo arrumado - queixava-se entre gargalhadas. Claro que a Paula também ria a bandeiras despregadas e tentava justificar.
O jantar foi servido dentro de abóboras. Era uma mistura de camarão, pimentos, queijos, servido na abóbora que previamente esteve no forno. Acompanhava um arroz basmati e uma salada com bagas goji.
Ao jantar começamos a conversar mais mas, depois do brigadeirão (não tem nada a ver com o que fazemos cá), a Paula achou que poderia melhorar a interação entre os pares (apesar do protagonismo que o Zé já  estava  a ter) e juntámo-nos a beber café e a jogar "Cards against the humanity".  Vale a pena experimentar. É um jogo com cartas e cada pessoa faz uma pergunta da carta que tem na mão e todos os outros entregam outra carta que responda a essa pergunta mas com algum sarcasmo. A melhor resposta ganha. O jogo é british e o humor um pouco desconcertante.
O jogo serviu para nos conhecermos da melhor forma, para estarmos bem todos juntos, para nos esquecermos das horas e sairmos de lá como se fossemos amigos de décadas. Obrigada Paula!
 

segunda-feira, 20 de março de 2017

PAI

Apesar de estar com pouco tempo, dei uma vista de olhos pelo Instagram e pelo Facebook e não resisti a escrever esta crónica.
PAI! Por todo lado havia "pais". Pois, era o dia do Pai. Mas foi um exagero. Dei-me ao trabalho de "remexer" em três facebooks de pessoas que não gostam do pai. Parece forte este "não gostam" mas uma delas esteve de relações cortadas cerca de 20 anos com o progenitor, outra,  desde que os pais se divorciaram nem quer ouvir falar no nome do senhor e, outra ainda confessou-me, há anos, que nem sabe se aquele é o pai... Mas todas, (estas três),  fizeram questão de homenagearem o "melhor pai do mundo".
Não me compete a mim julgar, mas é de bom tom termos coerência nas nossas atitudes.
Por tudo isto, pela primeira vez, vou escrever publicamente sobre o meu pai. E não vai ser uma seca porque independentemente do conceito "o meu pai é o melhor do mundo", a relatividade desta frase, é um facto. "Melhor pai", porquê? O que nos define como "o melhor" ? Era um pai que estava acordado toda a noite quando tinhas febre? Era um pai que te ia buscar todos os dias à escola e que te ajudava nos TPC?  Era uma pessoa com quem contavas incondicionalmente para os desabafos da adolescência? Era um pai  que te ia buscar à discoteca? Era um pai que te levava de férias ? Era um pai que estava constantemente preocupado com o teu bem-estar?....ou era o pai por detrás da mãe que  fazia o que enumerei? Era um pai inteiro que te dava um ralhete quando precisavas e um elogio mesmo quando não precisavas? Ou era o pai tirano que não compreendia porque namoravas, que não entendia porque tinhas de sair à noite antes dos 18 anos ou que te ameaçava que se aparecesses grávida te punha na rua ? Para ser o melhor temos que saber o que não presta.
Estou irritada sim... Um bom pai não é o melhor pai do mundo. Não são sinónimos.
Hoje publico aqui, sem medos, para todos que o conheceram e que AINDA HOJE lhe rendem homenagem o que era o meu pai:
Era um visionário. Era um amigo, um companheiro, um confidente.
Não, não foi pai de me mudar fraldas mas dava-me de comer, ia-me buscar à escola, ensinava-me História e Físico-química. Deu-me um livro chamado "A estupidez humana".  Explicou-me a importância de sermos amados e de fazermos as escolhas certas. Ensinou-me o que era humildade e arrogância. "Perdeu" tempo comigo quando lhe chorava no colo os meus desamores. Levou-me a locais para perceber o que era certo ou errado. Ralhou-me quando tive a primeira negativa. Deu-me uma boneca quando não lha pedi. Mostrou-me a importância de sermos e termos uma família. Anotou no meu diário a importância dos afetos. Olhou com curiosidade para os meus amigos e tornou-se amigo deles. Confiou em quem eu confiava. Ria e tinha um sentido de humor fantástico.. Relevou os meus momentos maus. Amou a minha mãe (e mostrou- nos sempre). Levou-me a passear. Ensinou-me a conduzir. Viveu a vida como se não houvesse amanhã e deixou-me todo este legado. Cometeu um erro: deixou-nos muito cedo.
VIVA o meu PAI!

sexta-feira, 17 de março de 2017

OBRAS

Mudar faz sempre bem.
Vou começar a pintar e a arranjar o hall de entrada e a sala.
Vou ficar com um bocadinho menos de tempo para escrever.
As crónicas, com certeza, que deixam de ter dia certo por uns tempos.
Deixo aqui o meu obrigada a todos que me seguem.
Até já...

quarta-feira, 15 de março de 2017

DIETA


"A dieta começa sempre amanhã" é o que se diz...
Dieta (para emagrecer) é um conceito dos anos 90. Antes dos anos 90 não existiam "Tallons", nem "Humbertos Barbosas", nem "Póvoas". 
Não percebo nada de dietas, nem tenho pretensão a isso mas tenho opinião.
Acho que sermos gordos ou magros depende sempre do nosso metabolismo. Claro que salvaguardamos as pessoas que têm doenças  (tornam-se aqui exceção).
Quando era miúda dizia, que se alguma vez tivesse de fazer dieta, passaria a ser gorda pois comer dá prazer. A partir de uma certa idade é bom estar à mesa rodeado de amigos a petiscar.
Já fui a vários nutricionistas e, basicamente, é sempre a mesma coisa: comer de 2 em 2 horas, retirar hidratos. E, se não resultar, não jantar. Antes de dormir, tomar uma tisana (é o que recomendam). Uma tisana?... até comemos os lençóis. E quem está rodeada filhos de adolescentes que ao jantar comem este mundo e o outro e nós, em dieta, olhamos para eles e salivamos qual cão de Pavlov...
É duro. É duro quando vivemos numa família de magros,  fazer dieta.
Esta semana li um artigo de uma médica nutricionista com doutoramento em distúrbios alimentares que falava do erro em fazer dietas. Dizia mesmo: "perdemos 10 kg a fazer uma dieta e ganhamos em média quase o dobro quando paramos". É verdade. Quase toda a gente que me rodeia já se "meteu" em dietas e a verdade é que emagrecem, mas sofrem. Depois ganham imenso peso quando a dieta deixa de ter sentido. Essa médica conclui que devemos comer tudo porque o nosso organismo está habituado a comer de tudo. Deixar de comer ou exagerar num grupo de alimentos pode ser bastante prejudicial. Mas também salvaguarda que se deve comer moderadamente, sendo esse o segredo.
Ontem, na aula de ginástica, uma senhora dizia na brincadeira: " - Tenho de deixar de fazer ginástica pois estou mais gorda " e todas nos rimos pois, essa senhora, adora meter-se na pastelaria da frente, a seguir à aula. A professora disse que "fechar a boca" tonifica e fazer 1h de exercício por dia emagrece. 
Acredito! Acredito mesmo que não vale a pena o sacrifício de irmos para a cama com fome. Fazer bastante exercício físico ( mas daquele em que transpiramos) e comer moderadamente é o suficiente.
 

segunda-feira, 13 de março de 2017

TERESA




Os meus pais vieram viver para a Margem Sul e construíram a nossa casa. Depois nasci eu e o meu irmão. Crescemos. Tínhamos de ir para a escola. Aqui não havia escola, só em Almada que fica a dez minutos de casa,  mas que, nos anos 60,  ficava a uma hora. Ainda estivemos uns meses num colégio em Almada mas depois abriu outro mais perto: o Externato Campo de Flores.
Entrei neste colégio, que este ano faz 50 anos, no dia da sua abertura. Lembro-me de estar num espaço enorme, a chamada "sala redonda", onde eu e mais 70 crianças, aguardavam a chamada para se dirigirem às respetivas salas. A medo, entrei para onde me indicaram e vi a Teresa: a minha professora, a minha primeira professora. Era magra, usava cabelo curto, saia de quadrados pelo joelho e sabrinas. Não gostei dela porque começou logo a mandar. Leu-nos uma história e pediu para dizermos se tínhamos gostado. No fim do dia, depois de muita interação e brincadeira,  já estava no meu coração. É verdade, sou uma privilegiada por ainda hoje, cinquenta anos depois, nos continuarmos a dar. Quando casei disse-lhe e, ela achou muita graça: "- vais casar com o Zé Manel? o meu Zé Manel? nem acredito!!" É que o "Zé Manel" também foi seu aluno. Sempre que falamos cá em casa da Teresa partilhamos memórias conjuntas da sua personalidade, dos seus afetos, das suas "manias" e simpatias.
A Teresa de hoje é super dinâmica. Vive em Mira e todos os anos prometo que a vou visitar...não fui ainda. Agora anda muito entusiasmada a recolher nomes, emails, telefones de todos nós, para a festa dos 50 anos do Colégio.  É "pró" em informática dominando o facebook, o instagram e, quiçá o twitter. Borda, passeia, trata do seu jardim, ainda trata de nós e vive a vida.
Quando fiz 50 anos recebi um presente muito importante: foi-me entregue pelo carteiro. Era um livro. Um livro de pedagogia com uma dedicatória à "minha professora"... Fui eu que dei à Teresa enquanto sua aluna e, recebi-o de volta com uma dedicatória da Teresa por baixo da minha.
Há melhor coisa na vida do que isto?

sexta-feira, 10 de março de 2017

VIVER




Passamos o tempo a dizer que vivemos. Sim,  vivemos porque respiramos, porque nos locomovemos, mas passamos pela vida. Viver é gozar, rir, despreocupar. A maior parte de nós existe, não vive.
Eu, por exemplo: trabalho durante o dia, sou motorista a meio da tarde, sou empregada à noite e depois das 22h é que vivo. E, como eu há tanta gente assim. Corremos ao lado da vida sem a vivermos.
Olho para os meus cinquenta e tal anos e penso que já não há tempo: os projetos são a curto prazo e a vida que era eterna passou a ser efémera.
Hoje, quando acordei, disse ao meu marido: -Vamos fugir: vamos até Cascais almoçar! - olhou para mim como se eu tivesse enlouquecido e disse: - Até logo!
E assim passa a vida. A correr.
Anteontem fui almoçar à praia. Tenho o privilégio de morar a 5 minutos do sítio que melhor me faz. Mas fui só almoçar, depois tive de correr para a vida... não, fui a correr para o outro lado da vida! Decidi escrever estas linhas porque ontem me diziam: "tem é que se viver intensamente o dia", este cliché que me irrita solenemente e que parece que se não nos lembrarmos todos os dias de o dizer, o dia já não é vivido intensamente. E, quem mais se agarra ao viver o dia intensamente são os que menos o vivem. Na minha hora de motorista gosto de observar as pessoas: andam tristes, carregadas de desilusões, de doenças, de falta de dinheiro e de amor. Os olhos assentes no chão, o olhar perdido no vazio, doentes de vida triste. Uma pena!
Não é dar graças a Deus por este dia, é sim,  dar graças a seja quem for por me deixar VIVER bocados do meu dia.
 

quarta-feira, 8 de março de 2017

Les femmes qui aiment les hommes qui aiment les femmes

Tenho uma prima com um jeito especial para escrever.  A Maria é daquelas pessoas que transformam frases em poemas.
Desafiei-a para todos os dias 8 escrever no blog, escrever para todos. Recordam-se de "WISPERS"? Foi a Maria...E hoje, dia da Mulher, a Maria escreveu isto para mim, para vocês...




"Wangari Maathai, nasceu a 1 de abril no Quénia, não importa o ano, porque Wangari nasce todas as vezes que falamos dela. 
Ativista, professora, mulher visionária, criou o movimento Green Belt: uma organização não governamental que se focava na reflorestação e proteção dos direitos ambientais e dos direitos das mulheres.
Wangari...
 Li a sua biografia mais do que uma vez. Wangari era mágica. Tinha aquele poder que todas as mulheres inteiras têm, o de se fundarem numa inabalável integridade.
 Há um episódio na sua vida, que me acompanha desde então e que revela a força do seu caráter: creio que na altura Wangari era professora assistente numa universidade e por questões politicas foi despedida. Perdeu o trabalho.
Wangari tinha dois filhos que dependiam dela totalmente, uma casa e uma vida que ela sustentava com particular esforço, amor e cuidado.  Num dia. Num único dia tudo desabou. Perdera o trabalho e  assim o direito a receber o seu salário. Sem dinheiro para comer teve que entregar os filhos para garantir-lhes o acesso ao essencial.  Durante um longo período viveu num carro.  Mais tarde arranjou trabalho e em momento algum desistiu das suas ideias, dos seus sonhos, da sua lógica e da sua verdade.
Mas, Wangari, sobre este período da sua vida disse apenas que perdera tudo, ficara apenas consigo própria e isso bastava-lhe para recomeçar. E recomeçou...E ganhou o Nobel da Paz.
 É esta forma de se ser inteira, de nunca desistir do que importa, de acreditar, de se saber Ser, que nos faz mulheres.
Todas, quero acreditar, temos um pouco, senão muito da essência de Wangari. Provavelmente nunca veremos nas nossas secretárias um nobel da paz ou outro, mas creio de coração que a coragem que levamos para as nossas vidas é em si mesma o nosso prémio.
 Por isso, um brinde, a estas e todas as vitórias tantas vezes silenciosas que guardamos.
Sejamos sempre e muito MULHERES.
Um abraço"
 

segunda-feira, 6 de março de 2017

TOLERÂNCIA

És tolerante?
Os  outros têm a sua forma de pensar, de agir e há que compreender que, apesar de terem  uma  vida peculiar é porque as suas "bagagens" são diferentes das minhas. A verdade alheia, por mais ilógica e absurda que me pareça é dos outros, não minha. Desde que não me magoem, o certo é que a escolha que os outros fazem não me diz respeito.
Discordo sem ofender e sem impor a "minha verdade" pois, caso o faça, estou a ser arrogante e burra. Os outros têm direito a viver da forma que entenderem desde que não me ofendam nem ultrapassem os limites da minha dignidade pessoal.  
Por força da vida inevitavelmente estou sujeita à obrigação de conviver, lado a lado, com pessoas que não simpatizo ou que têm ideias que não se coadunam com as minhas. No entanto, tenho a liberdade de escolher quem fica ao meu lado nos momentos importantes enquanto construo a minha história de vida.
Não sou obrigada a conviver, além do necessário, do suportável, do adequado, com pessoas que me enchem a paciência ou me irritam.
Sim, sou tolerante. A intolerância é mãe do preconceito, da exclusão, de tudo o que segrega.
Sim, é preciso tolerar e aceitar as pessoas como elas são mas conservando o direito de me afastar (cordialmente) de quem não me agrada.





sexta-feira, 3 de março de 2017

CIÚME



O ciúme corrói e destrói.
Ciúme confunde-se com inveja, ou não... provavelmente ciúme e inveja tocam-se.
Ser ou não ser ciumento, eis a questão. Realmente é um sentimento, uma emoção que faz parte do ser humano mas é controlável. Todos sabemos que ciúme em excesso é obsessão. Penso muitas vezes que ter ciúmes faz parte da personalidade dos inseguros, dos que têm uma baixa autoestima. Mas, com certeza que não é assim tão linear: eu própria já confessei os ciúmes que tinha do meu irmão, por exemplo. Se calhar há mesmo vários tipos de ciúmes e de graus (por assim dizer).
O Pedro é muito ciumento com a namorada, principalmente com a forma como ela se arranja. Ela queixa-se mas sinto que também gosta. Se ele não lhe dissesse nada, ela  achava que ele  não gostava dela... habituou-se ao ciúme.
A Joana anda sempre aborrecida com o Manel porque ele não lhe dá espaço para ela estar com os amigos. Outro dia até sugeri que conversassem e para ela se colocar no lugar dele. Ela respondeu que se coloca e não se importa que ele tenha os amigos para sair mas acrescentou: "não suportava vê-lo com outra".
A Maria então nem admite o ciúme: apregoa aos sete ventos que é uma coisa básica e primária. O marido que é muito ciumento anda sempre a disfarçar e, às vezes, até me faz confusão porque "deixa de ser ele" para que a Maria não desconfie do seu ciúme.
Já o Zé Carlos imagina cenas maléficas em que a mulher é a protagonista e faz-lhe a vida negra (a ela e a ele).
Outros somente explodem de raiva quando veem o que não existe mas (acham eles) pode vir a existir o que, a meu ver, é fazer com que aconteça.
Depois de escrever isto reconheço que há ciúmes de todos os lados: nas crianças umas com as outras, entre os colegas de trabalho, nas famílias entre os seus membros, nas amizades...
É saudável esta emoção?
Ciúme é posse. Ninguém é de ninguém.

quinta-feira, 2 de março de 2017

DRESSES

Hoje ao almoço a conversa era sobre os vestidos dos "Óscares". O Gabriel perguntava à Ana Isabel se ela já tinha publicado no Facebook os vestidos dos Óscares. O João, admirado,  perguntou porquê.
A Ana Isabel explicou que adora vestidos e que vê todos ao pormenor. "Que paciência! " - soltou o João.


Também meti a "colherada" e ajudei a Ana em defesa da causa: " Eu também adoro", apesar de não ter achado nenhum assim "tchammmm". E a conversa a quatro passou a ser a dois. Animadíssimas dissertámos pelas preferências.  A Ana Isabel gostou especialmente do da Kristen Dunst e eu do da Viola Davis .
A partir do momento em que elegemos o que gostamos, esqueçam, pois agora era só malhar. Apesar de tudo salvaguardamos o da Nicole Kidman que achei especialmente bonito mas que não a favorecia de todo. A Nicole é nude como o vestido.  O branco da Karlie Kloss também não passou despercebido e o conjunto (cabelo mais acessórios), fantástico.
Num ato de maledicência aponto como mais horríveis (além de feios não favorecem quem os veste) o da Octávia Spencer, o da Scarlett Johansson e o da Dakota Johnson (que nem merece foto) ....
Mas a questão que a seguir se levantou foi: nós mulheres vestimo-nos para quem ? Para as outras e em ultima instância para nós.
Se perguntarmos aos homens que nos rodeiam o que trazíamos ontem vestido, nenhum responde com exatidão. Ou estávamos mesmo com algo que desse nas vistas (para eles) ou então nem reparam... como outro dia ouvi: "nós olhamos é para os rabos e para o peito". E está tudo dito. Os homens ainda são muito físicos e pouco emocionais.
Independentemente de tudo nós precisamos deles e eles de nós. Não querendo tornar o texto feminista demais, fico por aqui.