terça-feira, 31 de janeiro de 2017

AMSTERDÃO

Não sou viajada, mas gostava.
Eu e o Zé fomos, nos primeiros quatro dias de dezembro, a Amsterdão: um fim de semana prolongado que soube muito bem. Aconselho a quem nunca lá tenha ido que vá, mesmo que seja só por um fim de semana.                                                                                                        
 
Irritei-me bastante com as ruas. Olhava para o mapa e aquela rua dois quarteirões abaixo não era a rua abaixo era provavelmente a minha rua... quero com isto dizer que as ruas não são uma quadrícula mas sim circulares.  Só no segundo dia é que lá "atinei". Ia sendo atropelada meia dúzia de vezes pelos holandeses que dominam a arte de andar de bicicleta  como ninguém. Falam ao telemóvel, escrevem mensagens, tiram selfies, levam os filhos, os avós, os primos... tudo em cima das duas rodas.
Não vou ser uma cicerone desta cidade que gostei, só vos quero deixar aqui  algumas curiosidades:
- os holandeses vivem bem, a comida no supermercado é sensivelmente o mesmo preço e o ordenado mínimo é três vezes maior do que o nosso;
- os restaurantes são simpáticos mas mesmo no local mais barato não se come por menos de 25 euros por pessoa;
- os holandeses não olham duas vezes para ti mesmo que andes nu na rua. "Vivem na deles", são despreocupados e descontraídos... ser homo, bi, ou heterossexual é normal;
- as casas são extremamente estreitas e todas tortas, suportando-se umas às outras porque estão juntas. Dá ideia que se uma caísse caíam todas à volta;
- a cidade é muito segura;
- os canais (por toda a cidade) não são naturais, são construídos;
- o "red light district " não foi um choque porque não sou puritana mas é pura venda de carne...

Há museus fantástico, bairros adoráveis, lojas top... mas falar sobre isso poderia tornar-me tendenciosa pois, a verdade, é que enumerares (positiva ou negativamente) isto ou aquilo de um local depende das tuas expectativas pessoais. 
Deixo aqui uma nota: tenham especial atenção a uma foto. Há muitos artesãos que se dedicam só a fazer "pussys".
Boa viagem !
 
     

 



 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

JANEIRO

Quase no fim, o mês que menos gosto. É um mês que não tem nada a não ser muitas semanas.
Fevereiro tem o Carnaval, março tem a mudança de hora, abril tem a Páscoa, maio tem o Dia da Mãe, junho tem os Santos, julho tem o verão, agosto tem as férias, setembro tem as aulas, outubro tem o Halloween, novembro tem o meu aniversário e dezembro tem o Natal.
Mês árido este janeiro que só se aguenta pelos saldos 😁.
Há pessoas iguais aos meses do ano: desinteressantes, alegres, quentes, giras, entusiastas, carinhosas, amorosas, prendadas.
A sequência dos meses do ano é uma das perguntas que fazemos (nós professores) às crianças, assim em jeito de avaliação. Até aos 7/8 anos nem todos os sequenciam com muita segurança... começam em setembro, passam para dezembro, saltam para o mês do aniversário e quase sempre o janeiro é esquecido porque é realmente pouco interessante... eles também o sentem.
Amanhã termina. Apesar de teres sido generoso comigo, não consigo "gostar-te".
 
 
 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

BITCH

Até agora, neste blog, tudo certinho, algumas apresentações de pessoas que me rodeiam, tenho sido querida... pois, bem querida no que tenho escrito. Já tenho até "seguidores".  Naturalmente considero-me boa pessoa mas... Sabem aquele livro da Elizabeth Hilts "Descubra a cabra secreta que há em si"?, pois bem, às vezes a cabra salta cá para fora.
Ao longo da nossa vida, há uma ideia estabelecida de que devemos ser simpáticos. E é verdade, até um certo ponto. Mas há um limite a partir do qual a simpatia se torna prejudicial pois tornamo-nos alvos fáceis e incapazes de dizer "não".
Sermos ambiciosos, firmes e sabermos o que queremos, manifestando-o ao interlocutor é ser cabra?
Vou fazer saltar a cabra que há em mim e dizer a verdade? Dizer a verdade é assumir as minhas vontades e desejos é colocar-me à  frente sem agredir o outro num ato egoísta, mas justo!! 
É fácil fazê-lo? Não! Não é uma questão de treino, mas sim uma questão de te autorizares a passares à frente.
Agora, a forma como o outro vai lidar com o que lhe dizes -sem agredires- mas falando a tua verdade é com ele. Isso já não podes gerir. Isto vai fazer de mim uma cabra? Pois, não sei... Mas certamente fará de mim uma pessoa íntegra.


                                                                              
                             

FOTOGRAFIA



Agora é fotógrafa! Não; tem como hobby a fotografia, emenda ela.
Conheci a Sofia há muitos anos. Era amiga do meu marido e rapidamente passou a ser também minha.
Muito engraçada, sempre contestatária, defensora dos direitos humanos, católica e muito assertiva. Defende com unhas e dentes as suas crenças. Diz muitas vezes " então vamos lá por partes..." e depois analisa o problema (que deixa logo de ser problema). Foi ela que me ensinou "o copo meio cheio" e "o copo meio vazio". Desdramatiza tudo e realmente, por ela, tudo tem solução. A Sofia é mãe e psicóloga clínica. Depois de ter comprado uma máquina fotográfica esta passou a ser a sua companhia, fotografando sempre o que gosta.
Gosto das fotos da Sofia e a Sofia tem uma página com as suas fotos para espreitarem https://www.facebook.com/someonephoto/?fref=ts
 
Acrescento o mais importante: quase todas as fotos deste blog foram tiradas pela Sofia.
Obrigada, miúda !!
 
 
 
 
 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

J

Gosto do meu irmão. Gosto dele não só porque é meu irmão mas porque se o conhecesse noutras circunstâncias tenho a certeza que gostaria na mesma. É daquelas pessoas que nos faz rir, que tem sempre uma "história" de vida para contar e é um adulto íntegro.
 É mais novo um ano e meio e toda a vida senti ciúmes dele. Mas gosto muito dele, a sério. Sentia ciúmes porque gostavam sempre mais dele do que de mim. Tínhamos o mesmo grupo de amigos na infância e depois na adolescência. Eu era sempre conhecida como a irmã do J. E cresci na sombra do J. A minha mãe era apaixonada por ele (ainda é) pois o miúdo encantava. Eu, em contrapartida era a chorona, a mimada... Resumindo: sem ponta de piada. Mas sempre nos protegemos. Eu chorava todos os dias para ir para a escola (e na escola também) e lá ia o J consolar-me. Ai de quem me chamasse "mariquinhas" ou outra palavra ofensiva. Lá estava o meu irmão de punho em riste sempre a defender-me. Mas o J saiu da minha vida e foi para um colégio interno. Basicamente via-o aos fins de semana. A minha mãe chorava toda a semana a ausência do "menino" e eu irritava-me vê-la assim e passei a achar que o J era a causa da infelicidade da minha mãe. Ao fim de semana comíamos os pratos e sobremesas preferidas do "menino" e o "menino" tinha sempre razão (além da graça). Passei a "odiá-lo". Ansiava as segundas feiras e odiava as sextas... Mas só consegui manter o "ódio" durante um ano letivo! Depois rendi-me ao que de bom ele me trazia do seu novo mundo, das histórias que contava, das piratarias que fazia...
À medida que crescíamos, adolescentes e já adultos, cada vez saímos mais juntos. Eu quase nunca gostava das namoradas dele mas ele gostava dos meus namorados. Aconselhava-me, ensinava-me. Até que a vida me separou para um casamento e a ele para outro. Não nos separou afetivamente só geograficamente. Os nossos laços são tão grandes que eu voltei a casar e logo com o seu melhor amigo: coisas da vida!!! E a riqueza que a vida tem se tivermos irmãos para a partilhar...

 
 

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

MELANCOLIA ?

O Carlos disse-me que acha o blog um pouco melancólico. Surpreendi-me pois não partilho dessa opinião e estive a ler as "crónicas" todas para trás procurando a "melancolia". Talvez a história da Teresa por ser a mais real, a mais sentida, tenha alguma melancolia . Falámos um pouco sobre este projeto e, no final,  o Carlos rematou com  " estás bem e isso é que importa ". E estou. Estou contente por escrever umas linhas ao fim do dia quando a casa está em silêncio e pensar no que vocês possam sentir ao ler o que escrevo. Ando mais atenta a tudo para me servir de inspiração à escrita. Gosto que comentem (façam-no livremente na página) e partilhem o que mais gostarem. Adoro ter projetos novos, desafios e estar em movimento. A vida oferece-nos tanto e nós só aproveitamos metade .
E aqui fiz brevemente o ponto da situação e acho que tranquilizei o Carlos. Só para que conste, estatisticamente,  as crónicas mais lidas - exaequo - foram "Atreve-te " e "FDS".
Obrigada e um beijo público ao Carlos que me inspirou para escrever estas linhas (estás mais descansado? )

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

FDS...

Sabe bem sair do quotidiano da semana (e dos miúdos).
Um dos locais que visitamos foi um restaurante novo em Lisboa , o "Cais na Preguiça", na Rua dos Bacalhoeiros, 4 C. Entramos porta adentro e o restaurante estava cheio. Como éramos um grupo grande indicaram-nos a sala do 1º andar. Mas, o que gostei foi de ir para o 1º andar. É assim: temos de sair literalmente do restaurante e subir uma escada da nossa querida Lisboa antiga carregada de pedra pombalina e de "grafitis" modernos. São aproximadamente 10 degraus e em cada degrau pequenas velas acesas a darem-nos as boas vindas. Batemos à porta (não há  indicação de que ali  é o 1º andar do "Cais na Preguiça") e entramos numa sala "super cozy". Foi como se entrássemos na casa de amigos e não no tradicional restaurante. Ofereceram-nos um "welcome drink" e demos uma volta pela sala acolhedoramente aquecida com traça antiga, onde pudemos apreciar as fotos de um fotógrafo (no "Cais na Preguiça" também podes expor). As mesas, na sala contigua separada por arcadas estavam impecavelmente postas, com entradinhas de se lhe tirar o chapéu: tremoços em vinagre balsâmico, um pão tostado no forno de bradar aos céus, uns patés de qualquer coisa divina e queijo...tudo regado com um tinto da Preguiça. O prato principal foi risoto de beterraba que fica lindo no prato e aquece o estômago. E mais não conto. Têm de lá ir.
Cais na Preguiça

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

RELAÇÕES...

A Teresa é uma pessoa incrível. Minha amiga de longa data damo-nos especialmente bem. Sempre deduzi que entre nós tudo era falado: profissão, filhos, marido, vida...
Ultimamente achava-a triste, desinteressada, cabisbaixa e ausente. Mas, sempre que lhe perguntava o que se passava respondia-me com uma mudança de assunto: "- Nada, vamos dar uma volta?" - e eu ia e ia acreditando.
Soube hoje que a Teresa se vai divorciar (27 anos de casamento). Finalmente desabafou e chorou no meu colo, falou muito não acreditando no seu fado.
Casamentos eternos sem amor serão uma utopia ? Que atire a primeira pedra quem nunca pensou em divorciar-se...
Quando deixamos de amar não nos separamos porque criamos raízes poderosas "naquele relacionamento".
Se o relacionamento tem alguns anos, as pessoas permanecem juntas pois, emocionalmente, não se sustentam sozinhas. O ganho em manter essa situação é permanecer protegido do esforço que implica o processo de individualização.  Abrir mão de um relacionamento é, também, desistir de sonhos e de planos feitos com outra pessoa.
Muitas vezes, adiando a separação, a pessoa evita o desconforto no momento, mas a médio prazo pagará custos altíssimos como, por exemplo, o facto de ter de viver uma vida que não lhe satisfaz, sem energia, sem motivação para seguir em frente.
Temos esta vida, só esta vida,  que passa a correr, para sermos felizes e não para vivermos num comodismo doentio.
Acredito que as Teresas deste mundo vão descobrir outro mundo e arrependerem-se de não o terem feito há mais tempo.
 
           
 
 
 
 
 

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

ATREVE-TE...

Uma ANA que eu conheço esconde-se descaradamente. É verdade, esconde-se tanto que já nem dá conta disso… mas os outros dão.
A Ana sabe escrever. Escreve no escuro, não mostra a ninguém. Aguarda ter coragem para mostrar ao mundo o que a alma lhe diz (  ou o coração ) porque as escritas da Ana não sabemos se são de alma ou coração.
Pedi à Ana para escrever no blog e a Ana escreveu assim:
“Fui desafiada pela minha querida amiga Nini a escrever uma crónica.
Eu nunca escrevi uma crónica mas disse que sim! Bem, foi mais, não disse que não.
Estou aqui a tentar, estou aqui a “atrever-me” porque a Nini disse: Deves ter aí muita coisa escondida. Atreve-te! 
A Nini sabe que tenho, a Nini não sabe o quê mas sabe que tenho palavras escondidas…
Não sou muito de me atrever, de me expor, de me sujeitar a críticas. Esse é mesmo o meu grande problema, não gostar de nenhum tipo de crítica, sejam negativas ou mesmo positivas. 
Também não gosto de elogios, as críticas na sua maioria enfurecem-me e os elogios embaraçam-me, causam-me desconforto, ou seja, acabam quase por andar de mãos dadas com as críticas.
Admiro a Nini, por não se limitar. Tem uma ideia ou um sonho e faz tudo para o realizar. Provavelmente chama-se a isto segurança e àquilo a falta dela.
Hoje, no novo desafio da Nini, desafiei-me!
Muitos parabéns pelo teu novo projeto, muitos parabéns por te ATREVERES” (Nini é o meu nickname).
 
Saiam do escuro e ATREVAM-SE pois o mundo não está só dentro de nós e a verdade é que a vida é de quem se atreve!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

FELICIDADE...

Felicidade é uma cidade pequenina, como “a” eternizou Moraes Sarmento.
Felicidade é um estado momentâneo de uma alegria que nos tira o fôlego, que nos aquece a alma e nos dá alento para seguir em frente.
Parece que a felicidade acontece pontualmente na nossa vida. O ser feliz não tem a ver com o estar sempre com “essa” sensação de felicidade.
A propósito de felicidade, a Chiado Editora publicou o meu primeiro livro “A Alice Mora Aqui”, em dezembro de 2014. O dia em que o apresentei ao público foi de total felicidade. Eu sentia-me “enorme”, plena, brilhante, indestrutível. 
Fui exigente na eleição do local. A editora sugeriu-me três ou quatro espaços para apresentar o livro mas eu imaginava-o glamouroso pois era único. Neste momento já não penso assim, penso muitas vezes que o poderei repetir.
Nem a chuva nem o frio me fizeram esmorecer um segundo sequer. Convidei por email o Pedro Chagas Freitas para fazer a apresentação do livro. É claro que declinou com muita correção. Convidei a Helena Sacadura Cabral que, é claro, declinou da mesma forma. Neste momento penso na ausência de humildade com que a FELICIDADE me envolveu. O atrever-me a convidar o Pedro Chagas Freitas e a Helena Sacadura Cabral!!!
Não contactei mais ninguém e o legado ficou comigo. Do alto daquele estado de felicidade “botei discurso” no Hilton para 125 pessoas que me acarinharam e me envolveram de alegria.

Que a felicidade invada muitas vezes as vossas vidas!

Nota:  “A Alice Mora Aqui” já vendeu 2000 exemplares – muito obrigada – e encontra-se à venda na Bertrand. Boas Leituras!

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

VONTADES...

E começa 2017. Na passagem do ano entupimo-nos de passas e o gozo que é, por cada uma, pedir um desejo. Quando uma não é bem mastigada até pensamos que “esse” desejo não se irá concretizar. Loucos, mas crentes.
 
As nossas vontades, os nossos desejos só realmente começam no mês de janeiro. Se temos vontade de mudar, de renovar, de “re” qualquer coisa, dizemos sempre “…depois das festas”. Ainda há pouco a minha mãe me dizia: “ tenho que tratar do carro mas só o faço quando acabarem as festas”.  As festas acabaram  há duas semanas! Vontade mas pouca ação porque na realidade “essas vontades” não são um ato de vida ou de morte e vão fluindo quer seja janeiro ou maio. Vamos fazer mas logo se vê quando. É quando der jeito e não quando “passarem as festas”.
Como todos os comuns dos mortais durante o ano fui adiando para janeiro as minhas vontades. Eu até particularizo “ este vai ser o ano em que vou viajar muito”, “este vai ser o ano que economizarei para comprar um carro”….Os meus anos têm nomes, têm metas…como as metas não são de vida ou de morte, com certeza viajarei pouco e não economizarei o suficiente para trocar de carro, mas a vontade está lá. Nós para sermos felizes temos que ter objetivos, vontades.
Um bom mês de vontades para todos!