sexta-feira, 3 de março de 2017

CIÚME



O ciúme corrói e destrói.
Ciúme confunde-se com inveja, ou não... provavelmente ciúme e inveja tocam-se.
Ser ou não ser ciumento, eis a questão. Realmente é um sentimento, uma emoção que faz parte do ser humano mas é controlável. Todos sabemos que ciúme em excesso é obsessão. Penso muitas vezes que ter ciúmes faz parte da personalidade dos inseguros, dos que têm uma baixa autoestima. Mas, com certeza que não é assim tão linear: eu própria já confessei os ciúmes que tinha do meu irmão, por exemplo. Se calhar há mesmo vários tipos de ciúmes e de graus (por assim dizer).
O Pedro é muito ciumento com a namorada, principalmente com a forma como ela se arranja. Ela queixa-se mas sinto que também gosta. Se ele não lhe dissesse nada, ela  achava que ele  não gostava dela... habituou-se ao ciúme.
A Joana anda sempre aborrecida com o Manel porque ele não lhe dá espaço para ela estar com os amigos. Outro dia até sugeri que conversassem e para ela se colocar no lugar dele. Ela respondeu que se coloca e não se importa que ele tenha os amigos para sair mas acrescentou: "não suportava vê-lo com outra".
A Maria então nem admite o ciúme: apregoa aos sete ventos que é uma coisa básica e primária. O marido que é muito ciumento anda sempre a disfarçar e, às vezes, até me faz confusão porque "deixa de ser ele" para que a Maria não desconfie do seu ciúme.
Já o Zé Carlos imagina cenas maléficas em que a mulher é a protagonista e faz-lhe a vida negra (a ela e a ele).
Outros somente explodem de raiva quando veem o que não existe mas (acham eles) pode vir a existir o que, a meu ver, é fazer com que aconteça.
Depois de escrever isto reconheço que há ciúmes de todos os lados: nas crianças umas com as outras, entre os colegas de trabalho, nas famílias entre os seus membros, nas amizades...
É saudável esta emoção?
Ciúme é posse. Ninguém é de ninguém.

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