sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

RELAÇÕES...

A Teresa é uma pessoa incrível. Minha amiga de longa data damo-nos especialmente bem. Sempre deduzi que entre nós tudo era falado: profissão, filhos, marido, vida...
Ultimamente achava-a triste, desinteressada, cabisbaixa e ausente. Mas, sempre que lhe perguntava o que se passava respondia-me com uma mudança de assunto: "- Nada, vamos dar uma volta?" - e eu ia e ia acreditando.
Soube hoje que a Teresa se vai divorciar (27 anos de casamento). Finalmente desabafou e chorou no meu colo, falou muito não acreditando no seu fado.
Casamentos eternos sem amor serão uma utopia ? Que atire a primeira pedra quem nunca pensou em divorciar-se...
Quando deixamos de amar não nos separamos porque criamos raízes poderosas "naquele relacionamento".
Se o relacionamento tem alguns anos, as pessoas permanecem juntas pois, emocionalmente, não se sustentam sozinhas. O ganho em manter essa situação é permanecer protegido do esforço que implica o processo de individualização.  Abrir mão de um relacionamento é, também, desistir de sonhos e de planos feitos com outra pessoa.
Muitas vezes, adiando a separação, a pessoa evita o desconforto no momento, mas a médio prazo pagará custos altíssimos como, por exemplo, o facto de ter de viver uma vida que não lhe satisfaz, sem energia, sem motivação para seguir em frente.
Temos esta vida, só esta vida,  que passa a correr, para sermos felizes e não para vivermos num comodismo doentio.
Acredito que as Teresas deste mundo vão descobrir outro mundo e arrependerem-se de não o terem feito há mais tempo.